Mais ZoomMenos Zoom

Dener Pamplona de Abreu

|












Nasceu em Belém do Pará, em 1936, mas passou a infância no Rio de Janeiro e, desde menino, desenhava modelos de roupas que copiava de revistas femininas. Em 1957, abriu sua primeira maison, na praça da República, em São Paulo. Nas décadas de 1960 e 1970, tornou-se o maior nome da alta-costura brasileira. Júri do programa Flávio Cavalcanti, exibido na TV Tupi, e costureiro oficial da primeira-dama Maria Teresa Goulart, ele foi a primeira celebridade pública brasileira oriunda do mundo da moda.

Foi o primeiro brasileiro a comercializar seu nome em grife, tendo inventado a idéia de top-model e criado o mito do costureiro-estrela, artista e sensível. Estreou no mundo da costura aos doze anos, ao ingressar na Casa Canadá no Rio de Janeiro. Em 1952, Dener consegue um estágio com Ruth Silveira, dona de um dos maiores ateliês do país. Em 1954, muda-se para São Paulo, para trabalhar na butique Scarlett. Aos 19 anos já possuía seu próprio ateliê, Dener - Alta Costura, após sua convivência com a figurinista Maria Augusta. Em pouco tempo, vestia a alta sociedade brasileira, passando a usar roupas extravagantes e cabelos longos. Descoberto pela imprensa, posava para os fotógrafos com túnicas bordadas de pedrarias e lânguidos gatos siameses ao colo.

Primeiro brasileiro a ser reconhecido pela alta costura internacional, Dener chegou a ser convidado pela Casa Christian Dior para substituir seu falecido criador. Foi recusada. Chegou a ser casado com Maria Stela Splendore e Vera Carvalho, tendo dois filhos com a primeira esposa. Dener adorava casacos de vison, possuía catorze. Bebia champanhe francês e tinha especial predileção por óperas, sabia 28 de cor. Usava três carros para se locomover: um Galaxie, para as saídas matinais; um Mercedez Bens, para as noitadas, e uma limusine Cadillac presidencial, para as recepções de gala.
 
Em sua mansão no aristocrático bairro do Pacaembú, forrada por quarenta tapetes persas e adornada por quilos de peças de prata, Dener costumava receber a fina flor da sociedade paulistana. Ao ter a propriedade assaltada por três ladrões, o costureiro pediu um tempo para se vestir. Reapareceu no salão de robe de veludo preto e sandálias com filete de ouro. Pedi à empregada meu robe de chambre, mas ela, afobada, me trouxe uma saída de praia, disse mais tarde à imprensa.

Seus trajes de noiva eram deslumbrantes e seus preços eram estratosféricos. Viveu das roupas de gala, da vaidade das milionárias que compravam um longo para cada festa a que eram convidadas e dos casamentos das famílias ricas de todo o país. Em 1972, tornou-se jurado do Programa Flávio Cavalcanti e é proibido pela censura de aparecer na TV, por ser considerado efeminado demais.

Dener, enquanto viveu, foi um luxo, expressão que ele criou e acabou transformando em gíria em meados dos anos 60. O estilista escreveu um livro autobiográfico em 1972, “Dener - o Luxo”. Em 1998, foram lançados “O Bordado da Fama - Uma Biografia de Dener”, do sociólogo Carlos Dória, e “A Ópera de Dener”, da jornalista Maria Doria. Dener morreu aos 42 anos, em 12 de novembro de 1978.


0 comentários:

Postar um comentário

NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE NAMASTE